Em cerca de 30 dias, a equipe do consórcio Indra VTMIS Santos iniciará a elaboração do projeto-executivo do sistema que será instalado no Porto de Santos, para o monitoramento das embarcações. O empreendimento deve estar concluído em 44 meses, de acordo com o contrato firmado entre o grupo e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) na última segunda-feira. O contrato determina que o consórcio terá de fazer o projeto- executivo do sistema, além de fornecer equipamentos e software, treinar pessoal e realizar as obras civis necessárias.

Conforme o diretor de Infraestrutura da Indra no Brasil, Cristiano Alves de Oliveira, cerca de 30 pessoas atuarão na implantação do VTMIS em Santos. “Nós assinamos o contrato junto com a ordem de serviço. Mas isso não significa que o projeto começa a ser elaborado no dia seguinte. Existe um período necessário para mobilizar a equipe.

Em 30 dias, ela já estará trabalhando na análise do projeto básico e no início do projeto executivo”, explicou o executivo. A partir daí, serão de seis a oito meses para a elaboração dos estudos. Segundo Oliveira, o projeto-executivo vai detalhar necessidades já identificadas pelo projeto básico, que a Docas elaborou. Serão definidos o posicionamento exato dos equipamentos e a forma como serão instalados.

“A dificuldade maior vai ser a logística de levar a antena, os equipamentos, porque você tem que levar isso por barco e o desembarque exige toda uma logística diferenciada. Serão torres, que podem ser um mastro ou treliças. Isso vai depender da altura e o projeto-executivo vai confirmar e detalhar tudo exatamente. Também tem toda uma infraestrutura embaixo, porque precisa alimentar, colocar energia. E precisa trafegar a informação via rádio, não via cabo. As estações remotas vão conversar em rádio até chegar no CCO (Centro de Controle Operacional)”.

Após a elaboração do estudo, serão destinados 20 meses para a implantação do VTMIS. Em seguida, o sistema entrará em atividade acompanhado pelo consórcio. Durante todo esse período, oito funcionários da Codesp serão treinados para operá-lo. Toda a parte tecnológica do programa será desenvolvida em Madri, na Espanha. Mas geradores, sistemas de energia e outros componentes serão de origem nacional. Equipamentos como marégrafos, radares e medidores de correntes serão importados de outros países.

VTMIS e projeto Portolog vão operar integrados

O VTMIS do Porto de Santos atuará sincronizado com o projeto Cadeia Logística Inteligente, o Portolog, elaborado pela Secretaria de Portos para controlar o acesso de caminhões ao cais santista. Segundo a Codesp, o monitoramento dos veículos será feito com sensores e câmeras instalados em rodovias e no complexo portuário. Os equipamentos vão identificar os caminhões com destino a Santos.

Os dados obtidos pelos aparelhos serão transmitidos por um conjunto de antenas até a central de controle do Portolog – que funcionará na sede da Autoridade Portuária, em Santos, e verificará se o veículo chegará ao terminal no horário agendado. Esses equipamentos ainda não foram adquiridos e a Indra pretende participar da concorrência pública para implantá-los, segundo o diretor de Infraestrutura da empresa, Cristiano Alves de Oliveira. “O VTMIS é mais mar e o Cadeia Logística Inteligente é mais terra.

A partir do momento em que se vai ampliando esses sistemas, você vai tendo a operação do porto mais preparada para o futuro”, explicou o executivo. A ideia de Oliveira é entregar o sistema do VTMIS pré-configurado para que, no futuro, a Autoridade Portuária possa fazer a interface com o Portolog, se preferir.

Assim, ao mesmo tempo em que as informações dos navios serão disponibilizadas, com as projeções de carga, descarga e detalhes das operações, a chegada das mercadorias também poderá ser registrada pelo software. “Ele (o VTMIS) é uma parte da informação e a Cadeia Logística é outra. O sistema do VTMIS aceita outras plataformas e tudo depende do que a empresa quiser. A gente vai precisar muito que o Porto de Santos diga como opera e como ele vai querer fazer determinadas coisas no futuro, porque o VTMIS tem coisas que talvez o porto não utilize hoje, mas possa utilizar amanhã”, destacou Oliveira.

FONTE: A Tribuna

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